Falar de si mesmo pode ser assustador.
A figura do psicólogo já há muito vincula na mídia. Muitas vezes o psicólogo é retratado de forma caricata, usando uns óculos estranhos, com expressão e cabelos de louco, fumando um cachimbo.
No entanto, a profissão a cada dia fica sendo mais conhecida, o número de cursos que formam psicólogos aumenta e por consequência um número crescente de psicólogos circula por aí.
Este profissional tem ficado mais próximo das pessoas mas, aí eu retomo a frase com que comecei este texto: “falar de si mesmo pode ser assustador.”
Mesmo o psicólogo fazendo parte do nosso cotidiano, escrevendo em revistas, jornais, falando em programas de televisão, o espaço da psicoterapia ainda é desconhecido e parece intimidar.
Em conversas com amigos no último fim de semana foi dito que muitos estudantes de Psicologia na verdade queriam apenas fazer psicoterapia.
Isto me fez refletir como ainda no Brasil é difícil chegar à terapia, claro que muitas vezes o impedimento é econômico mas em certas situações outros são os fatores impeditivos.
A terapia é um espaço de auto-conhecimento e a medida que conheço e reconheço meus erros, passo a enxergar a minha responsabilidade naquilo que me causa sofrimento e tenho que assumir essa responsabilidade, lidar com isso, me propor a mudar e deixar de transferir ao outro a razão da minha dor.
E esse processo é doloroso e aí talvez seja um ponto que contribua para a esquiva em procurar uma psicoterapia.
Tenho refletido bastante acerca do meu ofício, tenho observado a vida por aí, tenho eu mesma por anos feito terapia e por isso fica aqui meu sincero testemunho de como a psicoterapia, que no início pode parecer assustadora, pode contribuir e muito ao crescimento de quem se propor a conhecê-la.
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