quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Matéria da UOL

Para quem passa por aqui, hoje recebi a boa notícia de que saiu a matéria da UOL para a qual fui fonte. A matéria é bem legal, o tema é: Dez dicas para fazer a lição de casa ficar mais fácil.

domingo, 4 de outubro de 2009

Bater ou não bater, eis a questão?



Quando se trata da disciplina em relação às crianças, a questão se deve-se ou não bater é uma constante. Para mim essa resposta é óbvia mas sei que não é para um número significativo de pessoas.

Como terapeuta que trabalha também com crianças é comum ser questionada se a prática da palmada deve ser utilizada.

Em geral, quando sou questionada sobre este assunto é por um pai ou mãe que eventualmente já faz uso da palmada mas com muita culpa. Eu sempre gosto de perguntar a esses pais se eles foram educados levando palmadas e na maioria das vezes a resposta é sim.

A prática da palmada é algo cultural, sendo arraigada de tal maneira que já ouvi da boca de uma educadora infantil que só se deve bater numa criança com varinha de goiabeira porque é doce, e ela completava dizendo que isto é bíblico.

Nós seres humanos evoluímos e nossas práticas também evoluem, bater é uma prática que deve ser descartada.

Porque bater não ensina a criança a se comportar, só a ensina a não cometer aquele comportamento que pode ser punido na frente de quem poderá puni-la ou seja, se a criança pula no sofá e leva umas palmadas da mãe por isso ela pode aprender a só pular no sofá quando a mãe não está por perto.

Bater faz com que a criança aprenda a mentir, a omitir e o pior ensina a criança a resolver seus problemas batendo, daí quando a criança vai para a escola e bate no amiguinho porque este a contrariou, é reprimida por isto.

Outro problema de bater em crianças como forma de disciplinar é o ressentimento que este tipo de situação gera, a criança sente raiva de quem bate e isto pode fazer com que ela se afaste da pessoa que deveria protegê-la.

Para quem bate, na hora da raiva ocorre um alívio porque em geral a criança para de se comportar da maneira que está incomodando mas, a conseqüência do comportamento de bater a longo prazo é sempre ruim.

O pai ou mãe que dá “uns tapinhas” num dia de pressão ou estresse porque acabar aumentando seus chamados “corretivos” e ferindo mais seriamente seu filho ou filha.

A alternativa em primeiro lugar é sempre conversar, explicar o que a criança fez, apontar as razões para que não se comporte daquela maneira e dizer claramente o que é esperado dela.

Um mundo de paz se inicia dentro de casa, através de uma educação de paz que preze pelos direitos de cada um.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ser e ter amigos

Amizade...palavra que desperta sentimentos e sensações como carinho,aconchego, confiança, compromisso, segurança.
O que é ser amigo?
Como sabemos que determinada pessoa é ou não nossa amiga?
Lemos e dizemos por aí que ter amigos é importante.
Vemos e vivemos a importância da amizade.
Amizades longas são celebradas, 10...20...30...anos de amizades.
Amigos viram padrinhos de casamento e depois dos filhos, muitas vezes tornam-se também sócios ( o que já é mais complicado).
Amizade trás segurança, conversar com um amigo e expor seus sentimentos, ser autêntico colabora para uma maior qualidade de vida.
Na amizade está implícito um pacto de sigilo, confiança, respeito. Quando este pacto é quebrado ocorre uma desestabilização, ´"perde-se o chão".
Vivemos num tempo onde consumimos aos montes objetos, precisamos é tomar cuidados para não consumirmos pessoas.
Digo isso por que para se manter uma amizade, é necessário cuidar, cultivar...
Amizade contribui para a saúde mental, seja quando aquele amigo nos escuta reclamar do chefe ou parceiro amoroso, seja quando vai conosco para uma festa, ou fica junto a nós no velório de nosso ente querido que faleceu.
Amizade pressupõe generosidade, pressupõe muitas vezes colocar o outro em primeiro lugar, aguentar ser contrariado e não ter um ou mais desejos saciados.
Ser amigo demanda tempo, trabalho.
Ter e manter amigos é uma conquista, um prazer.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Procrastinação: adiamento de tarefas.





Procrastinação...resolvi escrever sobre este tema por que é exatamente isto que estou a fazer com este blog. Vou explicar, escrever para mim é algo que me gera muita ansiedade, antes mesmo de começar fico pensando por horas ou dias sobre que tema poderia escrever, se tem relevância social, se as pessoas gostariam de ler e tal. Todo esse processo gera em mim uma grande ansiedade e esta ansiedade vai aumentando numa tal proporção que eu fujo, me esquivo de escrever e o resultado é que não escrevo e continuo a procrastinar.
Trocando idéias com uma amiga jornalista , ela me disse que fazemos isto o tempo todo e completou dizendo que : “De repente lavar louça e banheiro são uma delícia”, adorei o comentário. Exatamente isto, para evitar fazer aquela atividade que nos é aversiva, no meu caso escrever, topamos fazer até outras menos aversivas para aliviar a ansiedade.
No estudo ou no trabalho, o adiamento de tarefas pode trazer um sofrimento muito grande para o indivíduo. Ele pode ser cobrado, rotulado e ter consequências mais sérias como deixar de entregar um trabalho e ficar sem nota e/ou perder o emprego.
Para lidar com esta dificuldade a estratégia principal é o enfrentamento, se propor a executar a tarefa que gera a ansiedade e executá-la mesmo que isto necessite de horas na frente do computador e um trabalho medianamente desenvolvido. A realidade é que enfrentar essa situação trás um produto, o trabalho, que vai contribuir para a diminuição da ansiedade numa situação similar futura.
Outra estratégia é efetuar uma lista de atividades necessárias e ir colocando datas para executá-las e as riscando quando elas são cumpridas.
É importante interromper o ciclo e não deixar que esta dificuldade torne-se crônica trazendo maiores prejuízos à vida do indivíduo.
Acho importante terminar dizendo que em alguns graus a busca de um auxílio através de um processo de psicoterapia pode contribuir para uma solução mais rápida e eficaz desta dificuldade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Conversando com os filhos sobre sexo.



Por formação e avaliação da importância, tenho afinidade em falar sobre a temática da sexualidade.
Dia desses fui convidada a conversar sobre este tema em uma escola estadual da cidade de Limeira. O grupo com quem conversei era composto de alunos do Ensino Médio, com idade média de 17 anos, idade essa em que muitos estão começando ou já iniciaram sua vida sexual (segundo dados do Ministério da Saúde, o adolescente brasileiro inicia sua vida sexual por volta dos 14 anos e a adolescente por volta dos 15 anos).
Entre outras questões referentes a temática da sexualidade, conversamos sobre a morfologia humana, diferenças entre gêneros, DSTs, orientação sexual, prevenção às doenças e à gravidez, afetividade.
Sempre é muito interessante observar a adesão e receptividade dos jovens quando nos propomos a falar sobre este tema. Sinto que eles se sentem respeitados, ouvidos, acolhidos.
Num dado momento da conversa propositadamente perguntei quem já havia falado com os pais sobre sexo, de um grupo de pouco mais de vinte alunos, duas foram as mãos que vi levantadas e então conversamos sobre a dificuldade que os pais tem de conversar sobre este tema.
Sexo ainda é tabu. Conversar sobre sexo é essencial para um bom desenvolvimento da sexualidade.
Entendo quando os pais dizem que não se sentem preparados para discutir o tema, nós fazemos aquilo que sabemos fazer, e em geral os pais de hoje também não tiveram pais que conversaram com eles sobre sexo. No entanto, sempre é possível aprender. Buscar leituras sobre os temas, assistir palestras, filmes, conversar com profissionais da saúde e/ou educação pode contribuir para que os pais se sintam mais seguros para abordar o tema.
Acho importante frisar que os pais não precisam iniciar “ a conversa” dando tom de formalidade a questão, é possível e até mais agradável aproveitar os acontecimentos do dia-a-dia, a cena da novela, a reportagem do jornal ou tv para iniciar o que pode ser uma proveitosa troca de idéias. Digo troca de idéias, porque é importante que o adolescente ou mesmo criança seja ouvido. Mais que informação é necessário boa vontade, saber ouvir e evitar “dar lição de moral”.
É essencial que a conversa aconteça antes da problemática na vida da criança e/ou adolescente.
Prevenção pode contribuir para o desenvolvimento de uma vida sexual saudável.
Para os pais é enfrentar a timidez e assumir esta responsabilidade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O autoconhecimento dos pais.




Tenho trabalhado com muitas famílias sobre a condução de comportamento com crianças.
O trabalho de orientação a pais permite corrigir alguns problemas e evitar que dificuldades comportamentais se cronifiquem na adolescência e na vida adulta.
Na novela global exibida no horário nobre vemos o jovem que se comporta inadequadamente e o apoio e autorização que lastimavelmente recebe dos pais. Seria mais lastimável se não fosse ficção, mas a ficção é criada a partir de fatos reais e bem sabemos que existem jovens com comportamentos semelhantes por aí.
Toda vez que nós psicólogos trabalhamos com uma criança para que ocorra mudanças em seus comportamentos, nós também em igual ou maior proporção trabalhamos orientando os pais.
Os pais podem manter os comportamentos inadequados de seus filhos, como no caso da novela, ou contribuir para que ocorra mudanças.
Quando uma criança ordena que seu pai lhe faça algo e o pai a censura brevemente mas faz o que lhe foi ordenado , está ensinando que a criança pode se comportar de tal maneira.
Muitas vezes os pais têm dificuldades em serem consistentes com seus filhos e então as crianças aprendem a manipular.
A vida corrida, o pouco tempo com as crianças acaba gerando nos pais culpa e por consequência uma permissividade maior aos comportamentos inadequados de seus filhos.
As crianças são nossos bens mais preciosos mas, é fundamental ensiná-las a viver em sociedade sendo solidárias e sensíveis às necessidades dos outros.
O autoconhecimento dos pais é fundamental para que ocorra mudanças comportamentais efetivas nas crianças. Porque por exemplo, à medida que o pai sabe que sua tendência é ser permissivo ou inconsistente pode prestar atenção e se policiar para dar consequências mais adequadas aos comportamentos da criança.
A Psicoterapia é um instrumento que pode contribuir para que o pai e/ou mãe aprenda mais sobre si mesmo e aprenda também a se relacionar com seus filhos.
Num processo de Psicoterapia infantil além da criança entrar em atendimento os pais também passam por um treinamento ministrado por um profissional psicólogo.
Nesse treinamento, o profissional aponta acertos e erros dos pais nas conduções com as crianças e trabalha desenvolvendo outras habilidades junto aos pais para que estes sejam mais consistentes e assim a educação para com seus filhos seja mais eficaz.

terça-feira, 24 de março de 2009

Crescer dói !




Dia desses estava refletindo sobre uma importante questão: querer crescer.Querer crescer implica em buscar autonomia para a própria vida, assumir responsabilidades o que não é uma tarefa fácil.
Na atualidade o que vemos são famílias que se voltam para a criação dos filhos, dando tudo e mais o que lhes é necessário.
Acontece que os filhos crescem e continuam sendo “criados”, tendo suas necessidades supridas.
Difícil desejar algo que não se tem necessidade de possuir. Difícil querer crescer quando isto não lhe é solicitado.
Para que vou desejar autonomia, se todos meus desejos já são saciados?
Lembro da frase: “ Crescer dói” !
Crescer dói mas trás liberdade, orgulho de si mesmo, faz com que o indivíduo sinta-se mais forte, autônomo.
É importante que os filhos se tornem pais e não somente que sejam filhos a vida toda. Porque se eu só sei ser filho terei dificuldade de cuidar dos meus filhos.
Acredito que esta discussão como tantas outras pode trazer culpa para os pais da atualidade, culpa por um excesso de fazer mas, também pode clarear que os pais possuem a responsabilidade, a tarefa de deixar que seus filhos aprendam, que cresçam.
Para começar é deixar com que eles lidem com as próprias necessidades.

A importância do elogio



É comum ouvirmos falar que crianças não vêem com Manual de Instruções, realmente isso não ocorre mas existem algumas instruções simples que podem contribuir para uma melhor relação entre pais e filhos.
Sabemos que o dia-a-dia é corrido mas, mesmo se dividindo entre trabalhos, afazeres domésticos, cuidados com os filhos e outras atividades, pais e mães podem se atentar para que os momentos que passam com seus filhos tenham qualidade e para isso elogiar é fundamental.
Na vida, uma grande parte do tempo estamos nos comportando para fugir de consequências ruins, as crianças estudam para não tirarem notas baixas, arrumam o quarto para não levarem broncas dos pais e nós não ultrapassamos o limite de velocidade permitida para não levarmos multa, no entanto o ideal seria que aprendêssemos a nos comportar para termos consequências boas, positivas como estudar pelo prazer de aprender, arrumar o quarto para que tudo fique em ordem, andar com o carro numa velocidade que não coloque vidas em risco.
O elogio pode contribuir para que a criança se comporte buscando as consequências positivas. O elogio nem sempre é uma consequência natural ou seja, nem todas as vezes que a criança fizer a tarefa escolar corretamente ela será elogiada pelos pais e/ou professores mas este elogio: “Parabéns! Você consegue! Certo!”, pode contribuir para que as consequências positivas de seus comportamentos e assim aumentem a quantidade de comportamentos adequados, visando atingir consequências positivas e não visando fugir de consequências negativas.
Nós adultos, pais, educadores, podemos e devemos ficar atentos e elogiar quando as crianças comportarem-se da maneira a merecer os elogios.
È importante também atentar-se ao nível de exigência, uma criança que irá arrumar a cama pela primeira vez certamente não fará o serviço com perfeição, é importante valorizar o que ela fez, na próxima vez incentivá-la a fazer melhor e segurar a vontade de você mesmo desarrumar a cama e fazer tudo de novo.
Uma simples mudança de comportamento dos pais pode trazer alterações significativas nos comportamentos das crianças.