Existiria menos sofrimento no
mundo se todos fossem mais empáticos.
Vou pedir licença para começar a
falar sobre empatia usando um trecho do autor Fernando Sabino, no livro O
menino no espelho:
“ O homem disse que tinha de ir
embora – antes queria me ensinar uma coisa muito importante:
_ Você quer conhecer o segredo de
ser um menino feliz para o resto de sua vida?
_ Quero _ respondi.
O segredo se resume em três palavras, que ele
pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos: -
Pense nos outros”.
Empatia é a colocar-se no lugar
do outro e imaginar, supor os sentimentos tal qual o outro experiencia.
Por exemplo, um marido que grita
com sua esposa, à medida que ele passa a imaginar o quanto chateia sua esposa
com seu comportamento pode gradativamente ir diminuindo seu comportamento de
gritar.
Um chefe que critica seu
subalterno na frente do grupo pode supor como seu comportamento entristece seu
funcionário e passar a falar com este separadamente.
As religiões ensinam a
empatia. O budismo diz: “não faça aos
outros aquilo que você não quer que façam a você”. O cristianismo diz: “Amarás
o teu próximo como a ti mesmo”.
A ideia aqui não é doutrinar, mas
apontar como a cultura sugere que pensemos uns nos outros.
Quando eu penso no outro eu me
comporto de maneira tal gerando conseqüências positivas para mim e para o
outro.
Costumo brincar que um casal
unido dá formação de quadrilha por que é muito interessante observar como uma
relação de lealdade onde um pensa no outro e comporta-se a partir de tal é
forte.
A sensação de que o outro fez
coisas por mim pode contribuir para que eu queira fazer mais coisas pelo outro.
Na sociedade de hoje o que vemos
é o aumento da evidência do papel do indivíduo. João ou José é um homem de
sucesso, como se para isso não tivesse sido necessário que ele estabelecesse
grupos e parcerias, que fosse ajudado.
Quando eu coloco o indivíduo na
frente do grupo eu contribuo para que a rivalidade e a competitividade cresçam e
assim as relações pessoais ficam mais frágeis.
Já ouvi dizer que em tribos
indígenas todos são responsáveis por todas as crianças, seja este filho ou não.
Quando eu me comprometo com o
outro, seja ele familiar, amigo ou desconhecido eu cuido do outro e assim
contribuo para que a vida em sociedade seja mais saudável e feliz.