segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Antes da briga, atenção e carinho.



É comum ver crianças que fazem de tudo para chamar a atenção dos pais. Muitas vezes elas fazem tudo, mas tudo mesmo para chamar a atenção não só dos pais, mas também da professora, dos avós, dos irmãos.
Comportar-se adequadamente de maneira a chamar a atenção é bacana o problema é quando as crianças se comportam mal para ter essa atenção e aí entram gritos, quebrar brinquedos, birras homéricas, brigas com irmãos.
Vivemos num tempo onde nos falta tempo, entre acordar, preparar o café da manhã, o lanche das crianças, as levar a escola, trabalhar o dia todo, almoçar correndo, pegar as crianças na escola, olhar o dever, fazer jantar e etc. Acaba faltando tempo para dar uma atenção adequada para as crianças.
E quando a criança fica privada da atenção especialmente dos pais ela faz tudo, tudo aquilo que sabe fazer para obter sua atenção.
Para muitas crianças, muitas vezes é melhor ter o pai brigando com ela a ter seu pai sem lhe dar apenas um olhar.
E fazer birra, brigar com o irmão muitas vezes funciona porque não agüentando tanta gritaria freqüentemente os pais param tudo o que estão fazendo para dar atenção a criança.
O mais adequado nesses casos é dar atenção a criança antes que ela comece a se comportar mal, por exemplo, chegar do trabalho e brincar um pouco com a criança, perguntar como foi o dia dela. Isto faz com que a criança fique mais tranqüila, saciada da atenção dos pais.
Sabemos que é difícil conciliar a necessidade de tempo que as crianças têm com a rotina diária, encontra-se aí o nosso grande desafio.
Procurar estar com a criança, durante um tempo saudável, de qualidade faz com que ela se sinta amada, querida e certamente diminui a freqüência dos comportamentos inadequados da criança.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Luto Infantil


Acredito que na minha trajetória de terapeuta que também atende crianças uma das questões que mais tive que responder foi acerca do luto infantil, em como proceder junto a criança quando ela perde um ente querido, uma pessoa significativa.

Temos muito pudor em lidar com a morte, mas, como sabemos a morte é uma das poucas certezas da vida e daí a importância de preparar as crianças para quando esse momento chegar.

Vivemos num tempo onde é comum vermos adulto evitando que as crianças lidem com a morte, vale notar como é raro vermos crianças em velórios.

Dia desses em minha casa faleceu o peixinho que minha mãe criava. Era um peixinho azul, desses betas que vivia solitário em um aquário e era alimentado pela minha sobrinha de quatro anos todas às vezes que vinha na casa dos avós, ela o batizou de Nemo.

Minha mãe como uma avó contemporânea disse que não iria contar para a neta do falecimento do peixe e iria comprar outro parecido para por no lugar. Ela queria poupar a criança de lidar com a perda do peixinho.

Isso virou assunto para um debate em família, eu e meu irmão argumentamos com ela que nossa sobrinha deveria saber a verdade e que isso seria um aprendizado. Um pouco relutante minha mãe aceitou e acabou não comprando outro peixe.

Lidar com a morte é algo difícil, trás dor, mas é importante.

Costumo dizer que cada perda deve ser analisada antes de expor a situação para a criança, mas em geral é importante contar a verdade.

Dependendo da idade da criança deve-se limitar o que será contado, mas, é importante iniciar o assunto para que a criança se sinta autorizada a expor seus sentimentos.

Quando animais de estimação, plantas e insetos morrem é um bom momento de discutir sobre morte com as crianças.

Quando a criança perde alguém que possuía um vínculo forte é natural que haja uma mudança de comportamento podendo ela apresentar comportamento agressivo, ficar deprimida nesses casos é importante ficar atento porque a criança pode precisar de ajuda profissional para passar por essa fase.

É essencial que quem for acompanhar a criança neste momento tenha boa vontade, paciência e sensibilidade.

Sendo acolhida pelos familiares e pessoas próximas a criança poderá passar com mais tranqüilidade por esse momento difícil, ficando com o tempo somente com a saudade do ente querido que se foi.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Matéria da UOL

Para quem passa por aqui, hoje recebi a boa notícia de que saiu a matéria da UOL para a qual fui fonte. A matéria é bem legal, o tema é: Dez dicas para fazer a lição de casa ficar mais fácil.

domingo, 4 de outubro de 2009

Bater ou não bater, eis a questão?



Quando se trata da disciplina em relação às crianças, a questão se deve-se ou não bater é uma constante. Para mim essa resposta é óbvia mas sei que não é para um número significativo de pessoas.

Como terapeuta que trabalha também com crianças é comum ser questionada se a prática da palmada deve ser utilizada.

Em geral, quando sou questionada sobre este assunto é por um pai ou mãe que eventualmente já faz uso da palmada mas com muita culpa. Eu sempre gosto de perguntar a esses pais se eles foram educados levando palmadas e na maioria das vezes a resposta é sim.

A prática da palmada é algo cultural, sendo arraigada de tal maneira que já ouvi da boca de uma educadora infantil que só se deve bater numa criança com varinha de goiabeira porque é doce, e ela completava dizendo que isto é bíblico.

Nós seres humanos evoluímos e nossas práticas também evoluem, bater é uma prática que deve ser descartada.

Porque bater não ensina a criança a se comportar, só a ensina a não cometer aquele comportamento que pode ser punido na frente de quem poderá puni-la ou seja, se a criança pula no sofá e leva umas palmadas da mãe por isso ela pode aprender a só pular no sofá quando a mãe não está por perto.

Bater faz com que a criança aprenda a mentir, a omitir e o pior ensina a criança a resolver seus problemas batendo, daí quando a criança vai para a escola e bate no amiguinho porque este a contrariou, é reprimida por isto.

Outro problema de bater em crianças como forma de disciplinar é o ressentimento que este tipo de situação gera, a criança sente raiva de quem bate e isto pode fazer com que ela se afaste da pessoa que deveria protegê-la.

Para quem bate, na hora da raiva ocorre um alívio porque em geral a criança para de se comportar da maneira que está incomodando mas, a conseqüência do comportamento de bater a longo prazo é sempre ruim.

O pai ou mãe que dá “uns tapinhas” num dia de pressão ou estresse porque acabar aumentando seus chamados “corretivos” e ferindo mais seriamente seu filho ou filha.

A alternativa em primeiro lugar é sempre conversar, explicar o que a criança fez, apontar as razões para que não se comporte daquela maneira e dizer claramente o que é esperado dela.

Um mundo de paz se inicia dentro de casa, através de uma educação de paz que preze pelos direitos de cada um.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ser e ter amigos

Amizade...palavra que desperta sentimentos e sensações como carinho,aconchego, confiança, compromisso, segurança.
O que é ser amigo?
Como sabemos que determinada pessoa é ou não nossa amiga?
Lemos e dizemos por aí que ter amigos é importante.
Vemos e vivemos a importância da amizade.
Amizades longas são celebradas, 10...20...30...anos de amizades.
Amigos viram padrinhos de casamento e depois dos filhos, muitas vezes tornam-se também sócios ( o que já é mais complicado).
Amizade trás segurança, conversar com um amigo e expor seus sentimentos, ser autêntico colabora para uma maior qualidade de vida.
Na amizade está implícito um pacto de sigilo, confiança, respeito. Quando este pacto é quebrado ocorre uma desestabilização, ´"perde-se o chão".
Vivemos num tempo onde consumimos aos montes objetos, precisamos é tomar cuidados para não consumirmos pessoas.
Digo isso por que para se manter uma amizade, é necessário cuidar, cultivar...
Amizade contribui para a saúde mental, seja quando aquele amigo nos escuta reclamar do chefe ou parceiro amoroso, seja quando vai conosco para uma festa, ou fica junto a nós no velório de nosso ente querido que faleceu.
Amizade pressupõe generosidade, pressupõe muitas vezes colocar o outro em primeiro lugar, aguentar ser contrariado e não ter um ou mais desejos saciados.
Ser amigo demanda tempo, trabalho.
Ter e manter amigos é uma conquista, um prazer.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Procrastinação: adiamento de tarefas.





Procrastinação...resolvi escrever sobre este tema por que é exatamente isto que estou a fazer com este blog. Vou explicar, escrever para mim é algo que me gera muita ansiedade, antes mesmo de começar fico pensando por horas ou dias sobre que tema poderia escrever, se tem relevância social, se as pessoas gostariam de ler e tal. Todo esse processo gera em mim uma grande ansiedade e esta ansiedade vai aumentando numa tal proporção que eu fujo, me esquivo de escrever e o resultado é que não escrevo e continuo a procrastinar.
Trocando idéias com uma amiga jornalista , ela me disse que fazemos isto o tempo todo e completou dizendo que : “De repente lavar louça e banheiro são uma delícia”, adorei o comentário. Exatamente isto, para evitar fazer aquela atividade que nos é aversiva, no meu caso escrever, topamos fazer até outras menos aversivas para aliviar a ansiedade.
No estudo ou no trabalho, o adiamento de tarefas pode trazer um sofrimento muito grande para o indivíduo. Ele pode ser cobrado, rotulado e ter consequências mais sérias como deixar de entregar um trabalho e ficar sem nota e/ou perder o emprego.
Para lidar com esta dificuldade a estratégia principal é o enfrentamento, se propor a executar a tarefa que gera a ansiedade e executá-la mesmo que isto necessite de horas na frente do computador e um trabalho medianamente desenvolvido. A realidade é que enfrentar essa situação trás um produto, o trabalho, que vai contribuir para a diminuição da ansiedade numa situação similar futura.
Outra estratégia é efetuar uma lista de atividades necessárias e ir colocando datas para executá-las e as riscando quando elas são cumpridas.
É importante interromper o ciclo e não deixar que esta dificuldade torne-se crônica trazendo maiores prejuízos à vida do indivíduo.
Acho importante terminar dizendo que em alguns graus a busca de um auxílio através de um processo de psicoterapia pode contribuir para uma solução mais rápida e eficaz desta dificuldade.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Conversando com os filhos sobre sexo.



Por formação e avaliação da importância, tenho afinidade em falar sobre a temática da sexualidade.
Dia desses fui convidada a conversar sobre este tema em uma escola estadual da cidade de Limeira. O grupo com quem conversei era composto de alunos do Ensino Médio, com idade média de 17 anos, idade essa em que muitos estão começando ou já iniciaram sua vida sexual (segundo dados do Ministério da Saúde, o adolescente brasileiro inicia sua vida sexual por volta dos 14 anos e a adolescente por volta dos 15 anos).
Entre outras questões referentes a temática da sexualidade, conversamos sobre a morfologia humana, diferenças entre gêneros, DSTs, orientação sexual, prevenção às doenças e à gravidez, afetividade.
Sempre é muito interessante observar a adesão e receptividade dos jovens quando nos propomos a falar sobre este tema. Sinto que eles se sentem respeitados, ouvidos, acolhidos.
Num dado momento da conversa propositadamente perguntei quem já havia falado com os pais sobre sexo, de um grupo de pouco mais de vinte alunos, duas foram as mãos que vi levantadas e então conversamos sobre a dificuldade que os pais tem de conversar sobre este tema.
Sexo ainda é tabu. Conversar sobre sexo é essencial para um bom desenvolvimento da sexualidade.
Entendo quando os pais dizem que não se sentem preparados para discutir o tema, nós fazemos aquilo que sabemos fazer, e em geral os pais de hoje também não tiveram pais que conversaram com eles sobre sexo. No entanto, sempre é possível aprender. Buscar leituras sobre os temas, assistir palestras, filmes, conversar com profissionais da saúde e/ou educação pode contribuir para que os pais se sintam mais seguros para abordar o tema.
Acho importante frisar que os pais não precisam iniciar “ a conversa” dando tom de formalidade a questão, é possível e até mais agradável aproveitar os acontecimentos do dia-a-dia, a cena da novela, a reportagem do jornal ou tv para iniciar o que pode ser uma proveitosa troca de idéias. Digo troca de idéias, porque é importante que o adolescente ou mesmo criança seja ouvido. Mais que informação é necessário boa vontade, saber ouvir e evitar “dar lição de moral”.
É essencial que a conversa aconteça antes da problemática na vida da criança e/ou adolescente.
Prevenção pode contribuir para o desenvolvimento de uma vida sexual saudável.
Para os pais é enfrentar a timidez e assumir esta responsabilidade.